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Neurociências: as novas rotas da educação
Imagem: http://teens.drugabuse.gov/blog/tag/neuroscience/ |
Os avanços e descobertas na área da neurociência ligada
aos processos de aprendizagem é sem dúvida, uma revolução para o meio
educacional. A Neurociência da aprendizagem é o estudo de como o cérebro
trabalha com as memórias, como elas se consolidam, como se dá o acesso ás
informações e como elas são armazenadas.
Quando falamos e pensamos em Educação e Aprendizagem,
falamos em processos neurais, redes que estabelecem conexões e que realizam
sinapses.
Mas como entendemos Aprendizagem?
Aprendizagem nada mais é do que esse maravilhoso e
complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, e ativa
suas sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos),
tornando-as mais “intensas” e velozes. A cada estímulo, cada repetição eficaz
de comportamento, torna-se consolidado, pelas memórias de curto e longo prazo,
as informações, que guardadas em regiões apropriadas, serão resgatadas para
novos aprendizados.
A Neurociência vem-nos descortinar o que antes
conhecíamos sobre o cérebro, e sua relação com o Aprender. O cérebro, esse
órgão fantástico e misterioso, é matricial nesse processo. Suas regiões, lobos,
sulcos, reentrâncias tem cada um sua função e importância no trabalho conjunto,
onde cada área necessita e interage com o desempenho do hipocampo na
consolidação de nossas memórias, com o fluxo do sistema límbico (responsável
por nossas emoções) possibilitando desvendar os mistérios que envolvem a região
pré-frontal, sede da cognição, linguagem e escrita ecompreender as vias e rotas
que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais
específica (parietal) que reconhece as formas visuais das letras e depois acessa
outras áreas para a codificação e decodificação dos sons para serem efetivadas.
Imagem: http://www.psiquiatriainfantil.com.br/biblioteca_de_pais_ver.asp?codigo=58 |
Faz-se mister entender os mecanismos atencionais e
comportamentais de nossas crianças padrão das crianças TDAH e estudar suas
funções executivas e sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal, hoje
muito relevante na educação.
Compreender as vias e rotas que norteiam a leitura e
escrita (regidas inicialmente pela região visual mais específica (parietal) que
reconhecem as formas visuais das letras e depois acessa outras áreas para a
codificação e decodificação dos sons para serem efetivadas.
Penetrar nos mistérios da região temporal relacionado à
percepção e identificação dos sons onde os reconhece por completo (área
temporal verbal) possibilitando a produção dos sons para que possamos fonar as
letras. Não esquecer a região occipital, que abriga como uma de suas funções o
coordenar e reconhecer os objetos, assim como o reconhecimento da palavra
escrita.
Assim, cada órgão se conecta e interliga-se no processo,
onde cada estrutura com seus neurônios específicos e especializados desempenham
um papel na base do Aprender.
Estudos na área neurocientífica centrados no manejo do
aluno em sala de aula nos esclarece que o processo aprendizagem ocorre quando
dois ou mais sistemas funcionam de forma inter relacionada (conectada). Assim
podemos entender como é valioso aliar a música, os jogos, e movimentos em
atividades escolares e ter a possibilidade de trabalhar simultaneamente mais de
um sistema: auditivo, visual e até mesmo o sistema tátil com atividades
lúdicas, esportivas, e todos os movimentos surgindo de dentro para fora
(psico-motricidade), desempenho este que leva-nos ao Aprender
Podemos então eferir, desta forma, que o uso de
estratégias adequadas em um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará
conseqüentemente alterações na quantidade e qualidade destas conexões
sinápticas melhorando assim o funcionamento cerebral, de forma positiva e
permanente, com resultados satisfatórios e eficazes.
Os games (adorados por crianças e adolescentes) ainda em
discussão no âmbito acadêmico são fantásticos na forma de manter os alunos
“plugados” e podem ser mais uma ferramenta mediadora que possibilita estimular
o raciocínio lógico, atenção, concentração, conceitos matemáticos através de
atividades como: cruzadinhas, caça-palavras e jogos interativos que desenvolvem
a ortografia, de forma desafiadora e prazerosa para alunos.
O grande desafio dos educadores é viabilizar uma aula que
“facilite” esse disparo neural, este gatilho, a sinapse e o funcionamento
desses sistemas, sem que necessariamente o professor tenha que saber como lidar
individualmente com cada aluno. Quando ciente da modalidade de aprendizagem do
aluno, (e isso não está longe de ser inserida na grade de formação de nossos
educadores) o professor saberá quais e melhores estratégias utilizar e certamente
fará uso desse meio facilitador no processo Ensino – Aprendizagem.
Outra descoberta é que através de atividades prazerosas e
desafiadoras o “disparo” entre as células neurais acontece mais facilmente: as
sinapses fortalecem-se e as redes neurais são estabelecidas com mais rapidez
(velocidade sináptica).
Sinapse |
Rede neural |
comunicação entre neurônios
Mas como desencadear isso em sala de aula? Como o
professor pode ajudar nesse “fortalecimento neural”?
Todo ensino desafiador ministrado de forma lúdica tem
esse efeito: aulas dinâmicas, divertidas, ricas em conteúdo visual e concreto,
onde o aluno não é um mero observador de o seu próprio saber o deixam
“literalmente ligado”, plugado, antenado.
Imagem: http://neurosci.umin.jp/e/sensory_motor_neuroscience.html |
O conteúdo antes desestimulador e cansativo para o aluno
é substituído por um professor com nova roupagem que propicia novas
descobertas, novos saberes; é dinâmico e flexível, plugado em uma área
informatizada, aonde a cada momento novas informações chegam ao mundo desse
aluno. Professor e aluno interagem ativamente, criam, viabilizam possibilidades
e meios de fazer esse saber, construindo juntos a aprendizagem com todas as
rotas: auditivas, visuais, táteis e neste universo cheio de informações, faz-se
a nova Educação e um novo modelo de Aprender.
Uma aula enriquecida com esses pré-requisitos é
envolvente e dinâmica: é o saber se utilizar de possibilidades onde
conhecimento Neurocientífico e Educação caminham lado a lado.
Mas como isso é possível? O que fazer em sala de aula?
A seguir algumas sugestões adotadas:
(1) Estabelecer regras para que haja um convívio
harmonioso de todos em sala de aula, onde alunos sejam responsáveis pela
organização, limpeza e utilização dos materiais. Ao opinar e criar regras e
normas adotadas, eles se sentirão responsáveis pela sala e espaço escolar.
(2) Utilizar materiais diversificados que explorem todos
os sentidos. Visual: mural, cartazes coloridos, filmes, livros educativos;
Tátil: material concreto e objeto de sucata planejado. Há uma riqueza de sites
na internet que nos disponibilizam atividades produtivas e prazerosas. A
criatividade aflora e a aula torna-se muito divertida; Auditivo: música e
bandinhas feitas com material de sucata, sempre com o conteúdo pedagógico
inserida nelas. A criação de músicas e paródias sobre conteúdos é uma forma
muito divertida de aprender. Talentos apareceram em salas de aula. E quem não
gosta de cantar? Aulas com dinâmica treinam as memórias de curto prazo e a
auditiva (elas são trabalhadas em áreas hipocampais) e assim retidas em memória
de longo prazo, efetivando o Aprendizado!
3) O cantinho da “leitura” é um pedaço de criar idéias,
deixar o “Novo” entrar na mente, através dos signos e símbolos. (Significados e
significante)
4) Estabelecer rotinas onde possam realizar trabalhos
individuais, em dupla, em grupos (rotinas estabelecidas reforçam comportamentos
assertivos e organização). Crianças com TDAH, que apresentam mal funcionamento
das funções executivas se beneficiam com rotinas e regras pré estabelecidas. O
trabalho em equipe é relevante, ativa as regiões límbicas (responsáveis pelas
emoções) e como sabemos o aprender está ligado à emoção, e a consolidação do
conteúdo se faz de maneira mais efetiva. (hipocampo)
(5) Trabalhar o mesmo conteúdo de várias formas
possibilita aos alunos “mais lentos” oportunidades de vivenciarem a
aprendizagem de acordo com suas possibilidades neurais. Dê aos mais rápidos
atividades que reforcem ainda mais esse conteúdo, mantendo-os atentos e
concentrados para que os alunos com processos mais lentos não sejam
prejudicados com conversas e agitação do outro grupo de crianças.
A flexibilidade em sala de aula permite uma aprendizagem
mais dinâmica e melhor percebida por toda a classe. O professor que administra
bem os conflitos em sala de aula possui “jogo de cintura” e apresenta o
conteúdo com prazer, mantendo seus alunos “plugados”, com interesse em aprender
mais, movidos pela novidade: o prazer faz uma internalização de conceitos de
maneira lúdica e eficaz.
Desta forma, somos sabedores deste mecanismo neural que
impulsiona a aprendizagem, das estratégias facilitadoras que estimulam as
sinapses e consolidam o conhecimento, da magia onde cada estrutura cerebral
interliga-se para que todos os canais sejam ativados. Como numa orquestra
afinadíssima, onde a melodia sai perfeita, de posse desses conhecimentos e
descobertas, será como reger uma orquestra onde o maestro saberá o quão
precisamente estão afinados seus instrumentos e como poderá tirar deles
melodias harmoniosas e perfeitas!
A Neurociência veio para ser grande aliada do professor
na atualidade, em identificar o individuo como ser único, pensante, atuante,
que aprende de uma maneira pessoal, única e especial. Desvendar os segredos que
envolvem o cérebro no momento do Aprender, facilita nosso professor.
Surge um novo professor (neuroeducador), a buscar
conhecimento sobre como se processam a linguagem, memória, esquecimento, humor,
sono, medo, como interagimos com esse conhecimento e conscientemente envolvido
na aprendizagem formal acadêmica. Em posse desses novos conhecimentos é
imprescindível desenvolver uma pedagogia moderna, ativa, contemporânea, que
capacite novos professores, para formar novos alunos às exigências do
aprendizado em nosso mundo globalizado, veloz, complexo e cada vez mais
exigente.
Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais,
(que viabilizam o gerenciamento da aprendizagem), mecanismos mnemônicos
(consolidação das memórias), neurônios espelho (que possibilitam na espécie
humana progressos na comunicação e compreensão no aprendizado), plasticidade
cerebral (ou seja, o domínio de como o cérebro continua a desenvolver-se e a
sofrer mudanças) serão discutidos por neurocientístas, neuropedagogos e
família. A sala de aula será palco da ciência e neurociência, onde o educador
domina os processos do cérebro para Aprender, e assim possibilita criar novas
estratégias para Ensinar.
Através desta neurociência, os transtornos
comportamentais e de aprendizagem passam a ser vistos e compreendidos com
clareza pelos educadores, que aliados a esta novidade educacional encontram
subsídios para a elaboração de estratégias mais adequadas a cada caso. Um
professor qualificado e capacitado, com método de ensino adequado e uma família
facilitadora dessa aprendizagem são fatores para que todo o conhecimento que a
neurociência nos viabiliza seja efetivo, interagindo com as características do
cérebro de nosso aluno e do professor. Esta nova aliada habilita o educador a
ampliar suas atividades educacionais, abrindo uma nova rota no campo do
aprendizado e da transmissão do saber, cria novas faces do Aprender, consolida
o papel do educador, como um mediador e o aluno como participante ativo do
pensar e aprender.
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Rio Preto-SP- Linguagem e Cognição- 2010- Orientadora em monografias no curso
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Rua Orsini Dias Aguiar nº410-Jardim Alvorada- São José do
Rio Preto SP -
Tel:
17-32357001
Rua Dr Waldir Cabral nº 22 apto 1503- Vital Brasil
–Niterói RJ
Tel: 21-27196529
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